Este
trabalho nos proporcionou reviver momentos de conhecimento em sala de aula. Os
temas abordados nos fizeram aprender mais a História da Enfermagem no Brasil e
no Mundo, A Legislação Trabalhista e Saúde do Trabalhador; assuntos de extrema
importância para o profissional de Enfermagem, uma vez que para melhorar nossas
condições trabalhistas é necessário conhecer nossos direitos e deveres
relacionando-os com panorama histórico da profissão. E foi pensando em
transmitir conhecimento que ao fazer este trabalho decidi criar um Blog, pois é
uma maneira rápida e fácil de passar informações no século XXI.
domingo, 21 de abril de 2013
SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR (10/04/2013)
Nesta aula
nos foi proposto uma técnica de dinâmica de grupo bem interessante sobre a
saúde mental do trabalhador, a classe foi dividida em três grupos de nove
integrantes e cada qual recebeu um determinado tema. Os temas abordados foram: Síndrome de Burnout, Estados Depressivos, Estresse
Ocupacional, Transtorno de Ansiedade.
TÉCNICA DE DRAMATIZAÇÃO
Consiste na representação teatralizada de situações
reais, com o propósito de dar e receber informações e alcançar uma melhor
compreensão das situações.
Os alunos representam uma cena real ou hipotética, em
que cada um desempenha um papel, mas de forma espontânea. Esta técnica ajuda a
compreender melhor a situação ou posição de uma outra pessoa.
A dramatização como técnica de ensino tem como
proposta envolver os alunos numa dinâmica diferenciada das aulas puramente
expositivas. Com esta técnica, é possível trabalhar e integrar diversas áreas,
mesclando a arte com a ciência.
Entre os pontos positivos da dramatização como
metodologia de ensino destacam-se o estímulo a boa fluência e expressão oral;
estímulo à capacidade de dramatização; capacidade de síntese; trabalho em
grupo;
criação coletiva de ideias; criatividade;
entrosamento; envolvimento com a linguagem corporal e teatral; entre outros
pontos.
Dramatização
sobre Transtornos de Ansiedade.
1- Uma
enfermeira trabalha num hospital há alguns anos. Certo dia, realizando um
procedimento comum num paciente que está internado a mais de 3 meses, ele
começa a ter um ataque, com o auxílio de uma médica, ela começou a tentar de
todas as formas reanimá-lo, mas suas tentativas falharam e o paciente chegou a
óbito. Após essa situação ela não dorme e tem insônias frequentes e medo de
voltar para o hospital ou de realizar procedimentos mais simples como de aferir
a pressão. Com isso, ela se afastou do âmbito do trabalho e também de amigos e
familiares. (TRANSTORNO DE ESTRESSE
PÓS-TRAUMÁTICO).
2- Um
enfermeiro tinha 3 pacientes para atender, mas cada vez que ele aferia a
pressão de um sentia a necessidade de passar álcool gel 4 vezes em cada uma das
mãos, o interessante é que deveria ser essa quantidade e todas as vezes que ele
realizava algum procedimento. (TRANSTORNO
OBSESSIVO-COMPULSIVO)
3- Num
hospital, chega a hora do almoço, 3 enfermeiras sentam para almoçar, porém 1
delas se afasta e não senta com as outras duas, vira-se para a parede come
escondido. Todos os dias ela repete esta ação e quase nunca fala com as outras
pessoas. (FOBIA SOCIAL)
Os
principais transtornos de ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica,
Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
Tratamento:
Inicialmente
indicam-se seções de psicanálise para descobrir de qual transtorno o paciente
está sofrendo e o grau da doença. O uso de exercícios também é recomendado no
inicio. Só depois usa-se algum tipo de medicamento e acompanhamento.
( /04/2013)
Esta aula foi uma dinâmica de grupo abordando resumos de artigos para
debates em grande grupo. O qual o nosso grupo ficou com este tema de artigo que
foi publicado na REVRENE Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste
Artigo: Fatores
de risco para pacientes hospitalizados com cardiopatia isquêmica
A proposta do estudo foi identificar a presença do diagnóstico de
enfermagem Risco de quedas em portadores de cardiopatia isquêmica
hospitalizados em Fortaleza, Ceará. Estudo descritivo e quantitativo. Dados
coletados de julho/2010 a fevereiro/2011, mediante entrevista, exame físico e
consulta ao prontuário. Utilizou-se instrumento para investigar perfil
sociodemográfico e clínico do paciente e check-list composto pelos fatores de
risco do Diagnóstico de enfermagem. Dos 86 investigados, 56,5% eram do sexo
masculino, com média de 63,95 (±12,6) anos de idade. Todos os participantes
possuíam mais de dois fatores de risco para quedas, sendo que 46,5%
apresentavam de seis a nove fatores simultâneos. Dentre os fatores de risco
investigados destacaram-se: uso de medicamentos anti-hipertensivos (98,8%),
dificuldade visual (66,3%) e falta de sono (54,3%). Nesse contexto cabe aos
enfermeiros planejarem cuidados visando à prevenção de quedas, especialmente
para portadores de cardiopatia isquêmica, em ambiente hospitalar.
Diante do exposto neste artigo as estatísticas nos mostram que de 30% a
60 % da população com mais de 65 anos de idade sofre mais de uma queda por ano,
tendo como consequência algum tipo de lesão de maior ou menor gravidade. Além
de ser um problema de saúde pública traz prejuízos a qualidade de vida pois
ficam dependentes de cuidados especiais,
comprometendo suas funções físicas, econômicas e sociais, aonde os familiares
sofrem também com isso. Cabe aos enfermeiros promover ações preventivas sobre
riscos de quedas em ambiente hospitalar.
BIOSSEGURANÇA HOSPITALAR (01/04/2013)
É um conjunto de ações voltadas
para a preservação, minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades
de pesquisa, produção e ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviço. (TEIXEIRA & VALE,2003).
Está vinculada a lei nº
8.974/1995, que estabelece: Normas para o Uso das Técnicas de Engenharia
Genética. Existem vários riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos
animais, do meio ambiente ou da qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Sendo
eles biológicos, químicos, fisícos, ergonômicos e psicossociais a que estão
expostos os trabalhadores. É preciso ter conhecimento para manusear os produtos
e usar as técnicas de biossegurança no ambiente hospitalar. O hospital é
considerado um estabelecimento que presta serviços específicos a população, em
geral, e apresenta uma variedade de ações de saúde que expõe os trabalhadores a
doenças infectocontagiosas e aquelas em contato direto com os pacientes e /ou
com artigos e equipamentos contaminados com material orgânico. É preciso que
haja prevenção na assistência a todos os pacientes independentes do diagnóstico,
na manipulação de sangue, secreções, excreções e contatos com mucosas e pele
não integra. Essas medidas incluem a utilização de EPI(s) que vão reduzir a
exposição do profissional ao acidente. Higienização das mãos ,imunização para
Hepatite B de todos os profissionais que trabalham em assistência á saúde. Parece
simples mais a correta higienização das mãos podem prevenir a transmissão
cruzada de microrganismo responsável pelas infecções hospitalares, mantendo a
integridade da barreira cutânea.
Podemos citar a Microbiota Residente ou
Trânsitoria que é composta por microorganismos Gram(+) que aderem aos
receptores cutâneos, permanecendo na pele por longo período de tempo. O ato de
lavar as mãos com agua e sabão remove a sujidade e reduz a microbiota que é uma
das responsáveis pela ocorrência das infecções hospitalares.
Existem
algumas técnicas para esterilização como:
- Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a
penetração de microrganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo
um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção.
- Antissepsia: é
o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de
microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não
destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes.
- Degermação: Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa
a diminuição do número de microrganismos patogênicos ou não, após a
escovação da pele com água e sabão.
- Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de
agentes desinfectantes como gases, líquidos ou sólidos.
- Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem
particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa sua toxina ou se
inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente
destruídos.
- Esterilização: é processo de destruição de todas as formas
de vida microbiana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos
e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e ou químicos, Toda
esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para
remoção de detritos.
- Esterilizantes: são meios físicos (calor,
filtração, radiações, etc.) capazes de matar os esporos e a forma
vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópicas de vida.
- Esterilização: o conceito de esterilização é absoluto. O
material é esterilizado ou é contaminado, não existe meio termo.
- Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas
microscópicas de vida e são designados pelos sufixos "cida" ou
"lise", como por exemplo, bactericida, fungicida, virucida,
bacteriólise, etc.
Equipamento
de Proteção Individual (EPI)
Equipamento de Proteção Individual, utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança
e a saúde no trabalho.
A norma regulamentadora NR6 estabelece os critérios
para a utilização de Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e
fornecidos gratuitamente pelo empregador ao empregado.
Podemos citar para os profissionais de saúde alguns
EPI(s)
Luvas não estéreis, capote ou avental impermeável de
manga longa não estéril, máscara cirúrgica, gorro para a proteção dos cabelos,
protetor ocular, sapatos fechados .
A escolha do EPI dependerá do procedimento a ser
realizado. E tem por objetivo eviter a transmissão de patologias transmitidas
por micro partículas que ficam em suspensão no ar por longos períodos podendo
ser dispersas por longas distâncias. Podem ser geradas durante a tosse, fala,
espirro ou durante a realização de procedimentos como: as aspirações,
broncoscopias, intervenções cirúrgicas e odontológicas etc...
O uso de máscaras cirúrgicas descartáveis pelo
profissional de saúde é de suma importância como medida de precaução. O
profissional deve estar de máscara e a uma distância mínima de um metro do
leito do paciente infectado. Algumas patologias que podemos citar são:
Tuberculose, Sarampo e Varicela, Meningite, Difteria, Streptococcus,
Coqueluche, Paroditide(Caxumba), Rubéola, Adenovírus, Influenzae. etc....
Também
temos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Que são os equipamentos utilizados para minimizar a
exposição dos trabalhadores aos riscos e em casos de acidentes, reduzirem suas
consequências. Ex: Câmaras ou Capelas de Fluxo Laminar, que protegem os
profissionais e o meio ambiente do riso de contaminação.
Precisamos estar cientes quanto ao uso das medidas
de Biossegurança pois são de importância vital para melhoria da qualidade da
assistência em saúde, criando um ambiente seguro, tanto para o profissional
quanto para o usuário dos serviços de saúde.
Em se tratando de Biossegurança se faz necessário
uma abordagem interdisciplinar e a participação de uma equipe multidisciplinar
no manejo a questões ligadas a aspectos biopsicossocias envolvidos nos
acidentes, doenças ocupacionais, licenças e outras questões associadas ao
processo, organização e condições de trabalho. Esta parceria entre a equipe de
enfermagem com a multiprofissional facilita a compreensão, participação, e
desenvolvimento do processo de Biossegurança nos hospitais, principalmente , em
doenças infectocontagiosas.
(27/03/2013)
O trabalho foi um instrumento para
subjugar animais e forçar os escravos a trabalharem para aumentar a produção.
Por volta do século XII essa palavra entrou no latim, e tinha o significado de
tormento, agonia, sofrimento.
O homem, como ser social, vê no
trabalho dignidade, meio de vida, realização profissional, respeito, tudo que
realiza na vida, crescimento como ser humano e vê uma maneira de lucrar com sua
força de trabalho seu salário.
A Constituição Brasileira trata a
saúde como medida política do Estado, competindo ao SUS executar as ações de
saúde do trabalhador, através da Lei 8080/90 Artigo 6º.
Existem algumas políticas
setoriais que enfocam a produção e distribuição de bens (oriundos da
transformação da natureza) , e prestação de serviços, como agricultura e
movimento agrário, comércio e indústria , desenvolvimento, ciência e
tecnologia, relações de trabalho e também atendem aos agravos gerados à saúde
do trabalhador. São estes: Saúde, Previdência Social, Meio ambiente e Justiça.
A história do trabalho é tão antiga
quanto à do homem, em muitos momentos elas e confundem, mas por incrível que
pareça nem sempre trabalho foi sinônimo de tortura como a etimologia da palavra
demonstra. Segundo o dicionário Hoauiss, o termo deriva do latim, tripalium,
instrumento de tortura, derivando do adjetivo tripális, que significa
sustentado por três estacas. O termo tripaliare, influenciou vários idiomas,
entre eles o português trabalhar, o francês travailler, o espanhol trabajar e o
italiano traballare. Mas quando exatamente o trabalho deixou de ser algo
simples e encantador para se tornar sinônimo de sacrifício? E para onde está
indo essa atividade que ocupa mais de um terço de nossas vidas? Para entender
um pouco o começo dessa história citamos um prestigiado consultor de empresas,
o Professor Ricardo Mallet que em seu artigo Realize-se e Realize Mais
demonstra: É mesmo difícil de imaginar, mas já houve um tempo em que não
precisávamos trabalhar para viver. Naquela época, nossa comida era banana e
nossa casa um galho. E vivíamos felizes! Tudo o que necessitávamos estava ali,
ao alcance das nossas mãos. Vida simples, pouco stress. Passávamos o
tempo comendo, brincando, namorando e descansando. Um verdadeiro paraíso.
Daí a Mãe Natureza
nos "deu um gelo" e tivemos que abandonar o nosso jardim do Éden à
procura de alimento e abrigo. Jogados ao mundo, inexperientes e indefesos,
enfrentamos não apenas a fome, mas também alguns predadores famintos. A
situação apertou muito para o nosso lado até percebermos que tínhamos um
diferencial competitivo: mãos! Graças a elas, conseguimos criar alguns
artifícios capazes de garantir a nossa sobrevivência. Foi o início da Era
"gente que faz", pois para ter alimento e proteção, precisávamos
fazer alguma coisa. A fórmula era, simplesmente, fazer = ter. E nós realmente
fizemos. Plantamos, industrializamos, informatizamos e globalizamos. De uma
espécie em risco de extinção com menos de dois milhões de seres, crescemos para
mais de seis bilhões sobre a face da Terra.
É mesmo difícil de
imaginar, mas já houve um tempo em que não precisávamos trabalhar para viver.
Naquela época, nossa comida era banana e nossa casa um galho. E vivíamos
felizes! Tudo o que necessitávamos estava ali, ao alcance das nossas mãos. Vida
simples, pouco stress. Passávamos o tempo comendo, brincando, namorando
e descansando. Um verdadeiro paraíso.
Daí a Mãe Natureza nos "deu um
gelo”, que foi a era glacial há cerca de 150 mil anos e que secou nosso habitat
natural, que eram a árvores, caímos num mundo novo e totalmente desconhecido, o
chão. Nas árvores sabíamos nos virar e sobreviver, na terra não conseguíamos
ser mais velozes que um rato ou uma galinha, não tínhamos olfato apurado e nem
uma boa visão noturna para fugir dos predadores. O trabalho desse período era
manter-se vivo. Preservar a espécie era o melhor que poderíamos fazer, o homem
trabalhava apenas para ele mesmo. Precisamos de alguns milhares de anos de
alimentação de insetos para nos darmos conta de que com as mãos, poderíamos
agarrar um pedaço de pau e caçar bichos maiores e mais saborosos. Nesse momento
o homem deixa de lado a coleta para passar à caça. Caçar exige muito mais
esforço, planejamento e dedicação. O homem caçador tornou-se, desde aquela
época, escravo de seu trabalho. Somente quando trabalhava bem conseguia
alimentar-se e dar de comer à sua prole. O trabalho passou a ser uma obrigação
que deveria ser feita todos os dias, afinal não sabíamos se a caça daria certo
naquele dia ou não. Ao contrário dessa era, no tempo em que vivíamos nas
árvores o labor era algo que se fazia apenas quando necessário.
Há mais de 12 mil anos, surgiu a
agricultura, baseada em duas observações:
1. Nota-se que ao colocar alguns grãos na terra, esses seriam
semeados, cresceriam e dariam origem a muitos outros na planta que nascia. Isso
permitiu que nossa maior riqueza na época, o alimento, se multiplicasse.
2. Constata-se que em alguns períodos era mais difícil caçar.
Concluímos por tanto, que se colhêssemos sementes conseguiríamos armazenar o
alimento por muito mais tempo o que nos manteria vivos em épocas de “vacas
magras”.
A agricultura possibilitou ao homem se
estabelecer em uma região, não precisando mais correr atrás da presa e se
deslocar por territórios desabitados. Com mais tempo de permanência em um mesmo
lugar, o homem conseguiu gerar mais riquezas e melhorou consequentemente seu
padrão de vida. No entanto, acabaram por desnaturalizar o ambiente, desmataram
a vegetação nativa para implantar a monocultura de poucas plantas. Sempre em
busca de maior quantidade com menor variedade. Posteriormente, para garantir
qualidade, iniciaram a utilização de pesticidas e outros elementos químicos,
causando um grande impacto no solo, na água, na fauna e na flora das regiões
exploradas.
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Até esse momento da
história o trabalho tinha um único propósito: sobrevivência. Caso ele nos proporcionasse subsistência
estava cumprido seu papel. Surge timidamente o comércio que se inicia pelo
processo de troca direta. Na verdade o ser humano sempre usou o câmbio de
produtos quando tinha uma necessidade imediata. Com o passar do tempo, o
comércio se organizou e se consolidou. Concentrava-se principalmente em cidades
que eram pontos de passagem de peregrinações religiosas. Ele foi a primeira
manifestação institucionalizada de vontades mais elaboradas. Há cerca de 3000
anos, o homem começou a não se contentar apenas em alimentar-se ele desejava
sabores diferentes e sensações inéditas. Surgem nessa época os artesões que
inseriram na sociedade a troca do trabalho pela autoestima ou pela utilidade de
seus produtos. Os seus afazeres eram realizados em oficinas construídas nas
casas dos próprios artesãos, utilizando poucas ferramentas, energia humana,
animal e hidráulica, para criar um produto único e não padronizado. Um artesão
conseguia realizar todo o trabalho sozinho, às vezes se aliava a um grupo para
dividir as etapas do processo da produção. Esse processo se chamava manufatura,
pois não havia o uso de máquinas. Com cada vez mais produção, as trocas
começaram a ficar mais elaboradas, gerando a necessidade de criar uma moeda.
Esse é outro momento muito marcante na história do labor. Até então, nenhum
trabalho tinha um valor determinado, era algo subjetivo, todas as realizações valiam
o preço da subsistência ou da necessidade de outros. A partir da moeda, o
trabalho começou a ter diferentes valores. Iniciou-se também a especialização,
por mais rude que ainda pudesse ser.
A industrialização começou a aparecer
no chamado ¨século das luzes”, o XVIII, e essa revolução surge de uma mistura
de cientificismo, racionalismo, ironia e auto-ironia. Vivíamos um momento de
progressos em quase todos os campos científicos - na física, na filosofia, na
biologia - e nas artes principalmente na música, período em que estiveram vivos
ao mesmo tempo Mozart, Beethoven, Haydn e Bach acabara de falecer. O desejo de
todos era ganhar mais autonomia através do trabalho que gerasse riquezas.
Podemos afirmar que essa Era, que se inicia timidamente na segunda metade do
século XVIII, chega ao ápice por volta de 1850 e começa a desaparecer um século
depois (1950), pode realmente ser chamada de um período revolucionário. Segundo
o Professor Domenico De Masi, estudioso do trabalho, o que define a mudança de
um paradigma histórico é a junção de três inovações diferentes. São elas:
1. Novas fontes de energia - Em 1880, Thomas Edison descobre a
luz elétrica. A locomotiva foi inventada um pouco antes em 1804,
potencializando a distribuição de tudo o que era produzido.
2. Novas divisões de trabalho - A produção foi toda estudada e
deliberada para que houvesse otimização de resultados. Trabalhos diferentes
surgiram e os antigos foram remodelados em sua maioria.
3. Novas divisões de poder - O setor produtivo, isto é os burgueses,
ganharam espaço por todo o mundo, gerando cada vez mais riqueza para não perder
seus postos.
A Era Industrial atinge seu cume por
volta de 1850, época em que a Inglaterra começa a produzir e exportar em grande
quantidade diversos tipos de tecidos. Somente nessa década é que as pessoas
começaram a se dar conta que toda a sociedade havia mudado, não existiam apenas
indústrias nascia a Era Industrial. Para melhorar a fabricação utilizou-se o
cientificismo, que se consolidava em contra posição a força da Igreja que
imperava absoluta até aquele período.
Os cientistas pretendiam, na época, explicar
todos os fenômenos da natureza. Aplicavam-se à produção esses conhecimentos
através de máquinas a vapor, engenharia e pessoas controlando o trabalho de
outras. O principal expoente desse movimento de modernização da produção foi o
americano Frederick W. Taylor (1856-1915), considerado o pai da
"Administração Científica". O que ele desejava era reduzir ao máximo
o desperdício, ampliando os lucros e possibilitando à empresa com mais
resultados o pagamento de maiores salários. Taylor foi muito mal interpretado
pelos seus contemporâneos, seu intuito não era que as pessoas ficassem muitas
horas dentro das fábricas como a história sempre quis demonstrar, mas fazer com
que o aumento da eficácia reduzisse o tempo de trabalho. Isto possibilitaria às
pessoas ter mais tempo para o ócio. Ele planejou todos os processos da produção
para maximizá-la, o que foi chamado posteriormente de taylorismo
Apesar da boa vontade deste cientista,
o que acabou acontecendo foi o que descreveu Villarmé em 1840, em seu tratado
sobre o estado físico e psíquico dos operários das fábricas de algodão. Segundo
o autor, naqueles tempos os escravos das Antilhas trabalhavam 9 horas por dia,
os condenados ao trabalho forçado nas instituições penais, 10, e os operários
de algumas indústrias de manufaturas trabalhavam 16 horas por dia. Operários
daquela mesma França que com sua Revolução tinham proclamado os direitos do
homem. Outra figura importante e precursora no movimento de industrialização
foi o empresário europeu Thonet que assim foi descrito por Domenico De Masi em
seu livro O ócio criativo “estamos na
metade do século XIX e o industrial descobre que na capital austríaca, além do
príncipe encontra-se um imenso mercado em potencial. Trata-se de gente que
ainda não tem dinheiro em demasia, que não possui ainda uma cultura própria, e
por isso imita os aristocratas. Ele cria um estilo sob medida para a burguesia
emergente. São móveis, pouco caros, práticos, facilmente montáveis e vendáveis
a partir de um catálogo. Thonet, em síntese, inventa um marketing e um modo de
produção em série. Ele tinha uma relação com mais de 14 mil móveis para serem
escolhidos pela clientela”`.
A sociedade industrial é exatamente isto. Um processo de enriquecimento que surge a partir da premissa, que ainda é atual, e que reza: “Há quantos posso servir?”.
Próximo momento dentro dessa Era que foi muito marcante é o que os estudiosos chamam de fordismo. Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o fordismo se caracteriza por ser um método de produção em série, um aperfeiçoamento do taylorismo. Baseado na premissa da riqueza este visionário fez com que, através da sua famosa linha de montagem criada em 1920, o carro que era um artigo de luxo para poucos se tornasse acessível a muitos. Ele produziu só na década de 20 mais de 2 milhões de veículos o que possibilitou a redução dos custos dos mesmos. O modelo de Ford chegou ao ápice nas décadas de 50 e 60, os chamados anos dourados do capitalismo. Sua decadência mostra o declínio de todo o movimento da Era Industrial.
A sociedade industrial é exatamente isto. Um processo de enriquecimento que surge a partir da premissa, que ainda é atual, e que reza: “Há quantos posso servir?”.
Próximo momento dentro dessa Era que foi muito marcante é o que os estudiosos chamam de fordismo. Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o fordismo se caracteriza por ser um método de produção em série, um aperfeiçoamento do taylorismo. Baseado na premissa da riqueza este visionário fez com que, através da sua famosa linha de montagem criada em 1920, o carro que era um artigo de luxo para poucos se tornasse acessível a muitos. Ele produziu só na década de 20 mais de 2 milhões de veículos o que possibilitou a redução dos custos dos mesmos. O modelo de Ford chegou ao ápice nas décadas de 50 e 60, os chamados anos dourados do capitalismo. Sua decadência mostra o declínio de todo o movimento da Era Industrial.
A passagem de uma Era importante para
outra não acontece do dia para a noite. A transição se dá a partir da sucessão
de uma série de fatos que vão modificando a sociedade. Para mostrar essa
mudança vamos analisar o crescimento e a queda dos operários, a classe
trabalhista que mais caracterizou a Era Industrial. Entender esse processo de
ascensão e queda dos operários é compreender a transição dessas duas eras, a
Industrial para a da Informação. A história nos mostrou que as verdadeiras e
perenes transformações não acontecem a partir de imposições violentas e
repentinas. Hitler, Stalin e Mao, três gênios do mal deixaram isso muito claro.
Mataram milhões de pessoas e nada criaram, só destruíram com suas tentativas de
revolução.
Foi a mudança do trabalho ao longo
desses últimos anos que produziu as maiores modificações na nossa sociedade.
Voltemos um pouco no tempo para entender o movimento social mais transformador
do século XX. Antes da I Guerra mundial os agricultores eram o maior grupo
isolado em todos os países, seguidos pelos empregados de serviços domésticos.
Só para se ter uma idéia da quantidade do segundo colocado, nos sensos
praticados no ocidente no início do século XX, uma pessoa que tivesse apenas
três desses serviçais em casa era classificada como classe média baixa. Como
esses dois grupos não possuíam capacidade de se organizar, eles fizeram pouco
alarde histórico e passaram quase despercebidos ao longo dos anos. Os
agricultores dessa época organizaram apenas duas revoltas realmente
expressivas, a rebelião de Taiping em meados do século XIX e a Guerra dos
Boxers, no seu final e as duas aconteceram na China. No resto do mundo pouco se
fez. Já os empregados domésticos nunca apareceram em uma passeata pública de
sua classe. Por esse motivo esses dois grupos foram desprezados por Karl Marx
em seu estudo O Capital. Contrariando o que este autor previu décadas antes, em
1900, eles não haviam se tornado maioria. Portanto, não conseguiriam subjugar
os capitalistas somente pelo número. A força desse grupo cresceu na medida em
que aumentava a sua organização. Eles foram a primeira classe na história que
podia se organizar, e mais importante que isso, permanecer unida por bastante
tempo.
Os operários de 1913 não possuíam
quase nenhum benefício, e 50 anos depois eram o maior grupo isolado de todos os
países desenvolvidos com vantagens trabalhistas, que iam desde a segurança no
emprego até assistência de saúde e educação. Os seus sindicatos se tornaram
forças políticas no mundo todo. Esse crescimento ocorreu a partir da migração
dos camponeses e funcionários domésticos para a indústria. De forma alguma isso
foi imposto. Eles viam na dedicação à essa nova ocupação mais vantagens do que
em seus antigos ofícios. O que comprova isso é que a mortalidade infantil caiu
drasticamente com o êxodo rural e com a consequente preocupação em manter as
pestes longe das cidades. Outro ponto que favoreceu o crescimento dos operários
foi o fato de que realmente eles viviam na miséria e eram explorados, mas
viviam melhor do que nas fazendas e casas de famílias onde eram ainda mais mal
tratados.
Os proletários também tinham um tempo
definitivo para trabalhar e o que restava era seu para fazer o que bem
entendesse. Isso não acontecia com os que trabalhavam no campo ou em casas
familiares, em que a toda hora poderiam ser solicitados. Para os agricultores e
empregados domésticos o trabalho na indústria era uma oportunidade - de fato a
primeira que lhes havia dado - para melhorar de vida sem precisar emigrar. Cada
geração via a anterior um pouco melhor. E isso estimulava ainda mais essa
migração. Durante o século XIX a produtividade dessa classe aumentou cerca de
4% ao ano, o que gerou praticamente todos os ganhos dessa época. Boa parte
desse resultado ficou nas mãos dos próprios trabalhadores, que multiplicaram
seu salário cerca de vinte e cinco vezes e reduziram quase que pela metade as
suas horas de trabalho. Portanto, havia razões de sobra para que a ascensão do
trabalhador industrial fosse pacífica e não violenta como previra Marx.
A queda dessa expressiva classe vem acontecendo rapidamente desde o final da II Guerra mundial. O trabalhador industrial tradicional tem sido substituído por um tipo de trabalhador. Este funcionário é uma pessoa que alia o trabalho manual com o teórico. São exemplos dessa classe: técnicos de raios-X, fisioterapeutas, anestesistas, técnicos de computador, etc. Esse é o grupo de trabalho que mais rapidamente cresce no mundo. No presente momento 75% da riqueza mundial é gerada por trabalhadores dessa natureza e em 1975 eles geravam apenas 25%.
Peter Drucker, renomado consultor de empresas e autor de dezenas de livros sobre o assunto, foi a primeira pessoa a chamar o momento que estamos vivendo de Era da Informação. Este livro demonstra que podemos determinar o início da Era da informação a partir da atitude dos soldados americanos que, após voltar da II Guerra Mundial , tinham como uma das principais exigências a suas colocações imediatas em alguma universidade. Hoje isso pode parecer óbvio, mas na época foi muito marcante visto que aqueles que voltaram da I Guerra aspiravam apenas por um emprego seguro. Neste momento, por volta de 1946, o conhecimento já estava sendo mais valorizado do que o trabalho simplesmente operacional.
O sociólogo Daniel Bell determina que a Era da Informação tem seu marco primordial uma década depois, em 1956, quando o número de “colarinhos brancos” ultrapassou o de operários no seu país. Ao perceber isso ele advertiu: “Que poder operário que nada! A sociedade caminha em direção à predominância do setor de serviços”. Ou seja, o poder se direcionava àqueles que possuíam algum tipo de conhecimento que interessava a outros. Estamos em um momento de muitas transformações, não há como negar que estamos em outra Era. O trabalho atual se parece muito pouco com a forma mecânica adotada na Era Industrial.
A queda dessa expressiva classe vem acontecendo rapidamente desde o final da II Guerra mundial. O trabalhador industrial tradicional tem sido substituído por um tipo de trabalhador. Este funcionário é uma pessoa que alia o trabalho manual com o teórico. São exemplos dessa classe: técnicos de raios-X, fisioterapeutas, anestesistas, técnicos de computador, etc. Esse é o grupo de trabalho que mais rapidamente cresce no mundo. No presente momento 75% da riqueza mundial é gerada por trabalhadores dessa natureza e em 1975 eles geravam apenas 25%.
Peter Drucker, renomado consultor de empresas e autor de dezenas de livros sobre o assunto, foi a primeira pessoa a chamar o momento que estamos vivendo de Era da Informação. Este livro demonstra que podemos determinar o início da Era da informação a partir da atitude dos soldados americanos que, após voltar da II Guerra Mundial , tinham como uma das principais exigências a suas colocações imediatas em alguma universidade. Hoje isso pode parecer óbvio, mas na época foi muito marcante visto que aqueles que voltaram da I Guerra aspiravam apenas por um emprego seguro. Neste momento, por volta de 1946, o conhecimento já estava sendo mais valorizado do que o trabalho simplesmente operacional.
O sociólogo Daniel Bell determina que a Era da Informação tem seu marco primordial uma década depois, em 1956, quando o número de “colarinhos brancos” ultrapassou o de operários no seu país. Ao perceber isso ele advertiu: “Que poder operário que nada! A sociedade caminha em direção à predominância do setor de serviços”. Ou seja, o poder se direcionava àqueles que possuíam algum tipo de conhecimento que interessava a outros. Estamos em um momento de muitas transformações, não há como negar que estamos em outra Era. O trabalho atual se parece muito pouco com a forma mecânica adotada na Era Industrial.
Vivemos em um mundo extremamente dinâmico onde cada vez mais o conhecimento
será valorizado. Podemos prever que o acúmulo de informação, muito em breve,
terá o mesmo valor que tinha o acúmulo de patrimônio há pouco tempo atrás.
SAÚDE DO TRABALHADOR (20/03/2013)
Saúde do trabalhador é um conjunto de
atividades destinadas a promoção, proteção, recuperação e à reabilitação da
saúde dos trabalhadores.
O profissional tem o direito de se informar dos riscos que corre no seu
ambiente de trabalho, e precisa saber as exigências de higiene e de segurança
para realizar suas atividades. A legislação da saúde e segurança do trabalho
tem avançado bastante, mas cabe ao profissional lutar pelas melhorias e
cumprimentos na legislação; e para isso é essencial uma postura crítica e
participativa junto aos órgãos representativos da categoria.
O profissional da área de saúde precisa saber os riscos biológicos, a
exposição a agentes biológicos que comprometem a saúde, representado por
infecções causadas por bactérias, vírus, fungos, clamídias, e também pelas
parasitoses produzidas por protozoários , helmintos e artrópodes. Por estarem
sempre em contato intimo e frequente com pacientes infectados, se tornam mais
vulneráveis.
Infecções apontadas como
Riscos Biológicos para o trabalhador de saúde:
1-principais
Tuberculose pulmonar, Citomegalovírus(CMV),Hepatites virais(BCG), HIV,
AIDS, Diftéria, Rubéola, Varicela Zoster, Febre Tifóide, Meningites, Herpes
Simples, Parotidite, Conjuntivite epidêmica, Infecções respiratórias por vírus.
A hepatite B é a mais frequente entre as pessoas que trabalham no meio
hospitalar.
Existem também as doenças causadas por bactérias envolvidas nas
infecções hospitalares que são Estafilococos aureus, Estreptococos, Escherichia
coli, Pseudômonas, Salmonelas, Proteus. A tuberculose causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch)consegue se difundir facilmente pelo ar, e com apenas
um paciente todo serviço médico pode ser contaminado.
A prevenção consiste na aplicação dos conhecimentos
de higiene, biossegurança, educação, administração, engenharia e legislação. É
imprescindível lavar as mãos, desinfetar e esterilizar instrumentos e o uso dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Para isso é necessário a adoção do
comportamento de segurança de forma contínua, com supervisão qualificada,
organização do trabalho, recursos materiais, profissionais preparados para
atuar de acordo com as regras de biossegurança. Com isso que foi dito
consegue-se ter a prevenção e controle das infecções.
É necessário que os profissionais da área da saúde
faça a imunização, pois estes se integram no grupo de risco, uma vez que estão
diariamente em contato com agentes biológicos que oferecem risco a saúde. O
profissional de Enfermagem deve se prevenir tomando as vacinas contra doenças,
tais como: Parotidite, sarampo, difteria, tétano, gripe, tuberculose, hepatite
B, rubéola, varicela zoster, coqueluche, febre tifoide, hepatite A, doença
meningocócica, doença pneumocócica, doença invasiva por H influenza.
A Norma Regulamentadora 32 diz que todo trabalhador
da área de saúde deve receber gratuitamente o programa de imunização contra
tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos pelo PCMSO. Também estabelece
que se houverem vacinas eficazes contra agentes biológicos em que o trabalhador
seja exposto, o empregador deve fornecê-las gratuitamente.
É necessário, como profissional de Enfermagem,
tomar as devidas precauções ao utilizar agulhas, tesouras, barbeador, escova de
dente, qualquer outro material cortante ou sujo de sangue. Os casos de AIDS
envolvendo profissionais de saúde, a maioria, estão relacionados a manipulação
inadequada desses objetos. Dentre estes casos 70% envolveram a categoria de
Enfermagem e da área de laboratório.
É válido ressaltar que qualquer secreção, sangue,
esperma, secreção vaginal, líquidos cérebro-espinhal, podem representar um
risco de transmissão de vírus. Agora é obrigatório em caso de acidentes de
trabalho envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento do trabalhor, a
ocorrência deve ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). A lei
9431 determina que os hospitais tenham um Programa de Infecções Hospitalares e
que criem uma Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH).
Na área da saúde os riscos físicos estão
relacionados a exposição a radiações ionizantes (raio-x, raio gama, beta,
prótons e nêutrons) e não-ionizantes (ultravioleta, raios visíveis,
infravermelho, micro-ondas, frequência de rádio, raios laser); variações
atmosféricas de calor, frio e pressão atmosférica; vibrações oscilatórias
(ruído repetitivo). Na NR 32 apenas as radiações ionizantes são detalhadas:
radioterapia, radiodiagnóstico médico e odontológico, braquiterapia e resíduos.
Esse risco é de fato mais perigoso, uma vez que não consegue identificá-lo
pelos sentidos.
Os efeitos da radiação ionizante podem ser
somáticos, afetar apenas células somáticas do individuo e não afetando células
gaméticas (quando afetam células gaméticas esse problema ira afetar futuras
gerações); ou genéticas, quando há alterações nos gametas do individuo
irradiado e passam para as gerações seguintes. Estima-se ainda que é
desconhecida a maioria das alterações genéticas resultantes da exposição do
profissional às radiações.
APRESENTAÇÃO DA DEFESA, ACUSAÇÃO E VEREDICTO DOS CASOS APRESENTADOS (13/03/2013)
Esta aula foi um júri simulado , a qual eu fui uma das juradas. Fizemos
o relatório abaixo.
A argumentação deverá ser baseada no Código de
Ética e nas resoluções do COFEN que acharem necessárias. Podem ser incluídos
também artigos do Código Civil e Penal.
Em cada caso, o trio de advogados seja de defesa
ou acusação apresentam apenas um relatório por equipe.
A dinâmica procederá da seguinte forma: Os
advogados de acusação iniciam apresentando seus argumentos em até 20 minutos,
depois os advogados de defesa terão o mesmo tempo para fazerem sua
apresentação, posteriormente a acusação terá mais 5 minutos para contra
argumentar, finalizando com o mesmo tempo para a defesa.
Após a apresentação, o Júri terá 10 minutos para
apresentar o parecer. A sentença do Júri deverá ser feita mediante as
apresentações dos advogados de acusação e de defesa. Entretanto, o grupo já
deve ter estudado previamente sobre cada caso e suas infrações ao código de
ética.
OBS: Tanto os advogados (defesa e acusação) como
o júri deverão entregar o relatório por escrito. Os relatórios devem conter: os
princípios fundamentais que não foram respeitados, as modalidades de culpa, os
artigos do código de ética que foram infringidos, o tipo de infração e a penalidade
adequada.
OBS 2: É importante que se mantenha o sigilo das
linhas de raciocínio entre os advogados e também para o júri.
CASO 1 (Novembro/2012):
O menino Luiz Miguel da Silva, 4 anos, quase perdeu a perna e ainda corre risco
de perder dois dedos do pé depois de ter recebido uma injeção de antibiótico
para dor de garganta no mês passado na UPA ( Unidade de Pronto Atendimento) de
São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Segundo a família da criança, o
medicamento foi aplicado de forma errada.
A mãe do garoto, conta que havia levado o filho
pela segunda vez à UPA porque a criança tinha dor de garganta e os remédios
receitados antes não tinham resolvido o problema. Os médicos decidiram, então,
dar o antibiótico. "Ele tomou a injeção na
parte direita do bumbum. A partir disso, começou
a passar mal, sentia dor na barriga e na perna e, depois de um tempo, quase não
conseguia ficar em pé", relata.
"Chegaram a dizer que meu filho estava
fazendo manha”, lembra a mãe, que já observava sinais estranhos, como a mudança
de cor, na perna do garoto.
A criança ficou em observação na unidade e,
depois, foi liberado. “Me disseram que não podiam fazer nada, e que era melhor
eu procurar uma emergência. A essa altura a batata da perna do meu filho já
estava quase roxa e um pouco gelada", conta a mãe, que decidiu levar o
menino para o hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna), em Duque de Caxias.
Ao chegar no hospital, a mãe recebeu a
informação que seu filho não tinha nada muito grave (negligência) e que ela
deveria aguardar o cirurgião vascular. “Chegaram a dizer
que o caso do meu filho não era emergência, mas
quando a cirurgiã vascular chegou, disse que teria que operá-lo assim que o
viu, caso contrário ele poderia até perder a perna", afirma. A médica
disse à mãe que o sangue não estava circulando em parte da perna da criança.
A mãe enfatiza que o caso de seu filho não foi
de reação alérgica, ao contrário do que lhe foi dito, mas uma lesão vascular
decorrente da aplicação incorreta do antibiótico na UPA (imperícia). “Aqui no
hospital de Saracuruna me disseram que lá na UPA atingiram uma artéria ou veia
do meu filho", diz. O medicamento usado em Luiz Miguel só pode ser
aplicado dentro do músculo.
O menino ficou 25 dias no Centro de Terapia
Intensiva. "Durante a cirurgia que fizeram nele, foi retirada pele
necrosada, que estava com mal cheiro, para que o sangue pudesse circular. Um
milagre ele ter sobrevivido”, conclui a mãe.
Risco de amputação
A criança terá que passar por duas novas
cirurgias. “Ele vai precisar de enxerto na batata da perna, na nádega direita e
na coxa porque perdeu tecido muscular na operação", afirma a mãe. O outro
procedimento será feito para verificar a mobilidade dos dedos - dois deles
estariam necrosados. "Espero que não sejam amputados. Já escutei neste
hospital que uma perna e dois dedinhos não são nada, mas como eu vou explicar
isso para meu filho, que tem só 4 anos?"
Parecer do júri:
Após a explicitação dos argumentos da defesa e
da acusação o júri conclui que o técnico de enfermagem envolvido neste caso
infringiu o Princípio da Enfermagem, Não- Maleficência. Já que, cometeu uma
lesão corporal gravíssima por imprudência, devido ao fato de não utilizar a
técnica correta na aplicação da injeção ocasionando danos permanentes ao
paciente, além ter agido de maneira negligente desconsiderando o desconforto do
paciente após a realização do procedimento.
Diante do exposto, observou-se que o art. 12
“Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de
danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência”, e o art. 26 “Negar
Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se caracterize como urgência
ou emergência” do Código de Ética
de Enfermagem foram desrespeitados. Sendo assim,
a punição ética ao profissional técnico em enfermagem será a cassação do seu
direito ao exercício profissional.
Mas também, considerando o art. 186 do Código
Civil “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito”, e o seu art. 927 “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”, percebe-se que além da
responsabilidade ética o técnico de enfermagem também responderá civilmente
pelo dano cometido. Bem como, de acordo com o art. 129 do Código Penal “Ofender
a integridade corporal ou a saúde de outrem, §2º - Se resulta em deformidade
permanente, deve ser atribuída pena de reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos”.
De acordo com o art 38. do Código de Ética de
Enfermagem “Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades
profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em
equipe”, o enfermeiro responsável pelo técnico de enfermagem que cometeu o erro
também deve ser responsabilizado pelo dano, e conforme parecer do júri este
enfermeiro deverá ser penalizado com multa e suspensão do exercício
profissional por 29 dias. Neste sentido, percebemos a responsabilidade do
enfermeiro, que responde por seus atos e pelos atos da equipe que coordena.
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