Discutimos nessa aula sobre o
significado de ética e moral. A ética está associada ao estudo fundamentado
dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a
moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.
Também discutimos sobre bioética, e concluiu-se que é o conjunto de
problemas levantados pela responsabilidade moral em pesquisas científicas e na
aplicação destas. Esses questionamentos foram necessários para introduzir o
tema da aula: Deontologia.
Vimos que Deontologia é tratado do dever ou
conjunto de deveres, princípios e normas adaptadas por um determinado grupo
social. Tem a ver com o conjunto de deveres vinculados ao exercício de uma
profissão que visa assegurar a qualidade do exercício desta profissão.
O atual Código de Deontologia de Enfermagem
foi aprovado em 2000, e é organizado por Princípios, Direitos,
Responsabilidades, Deveres e Proibições.
Alguns princípios são: beneficência,
justiça, veracidade, confidencialidade, fidelidade, autonomia,
não-maleficência.
Trabalhos feitos em uma
dinâmica na sala de aula.
Compreendemos também sobre os
tipos de culpa:
·
Imperícia: Fazer algum procedimento
sem ser capacitado.
·
Imprudência: Ser capacitado e fazer
um procedimento de maneira errada.
·
Negligência: Ser capacitado pra fazer
o procedimento, mas se abstém de fazê-lo.
Trabalhamos através de leitura dinâmica boa parte
do livro de bolso de Deontologia que foi distribuído na aula anterior.
Para concluir aprendemos sobre as Infrações e
Penalidades a partir da realização de um trabalho dinâmico. Aprendemos também o
grau das Infrações e suas consequências.
Para uma melhor fixação do Código de Ética, foi proposto uma atividade
para ser apresentada na aula seguinte. A turma foi dividida através de sorteios
em grupos , sendo : três pessoas faziam parte da defesa, três faziam parte do
acusação, e o restante eram jurados. Tínhamos que nos guiar pelo Código de
Ética para aplicar as leis baseados nos artigos e também as devidas penalidades
em três casos que tiveram bastante repercussão na mídia citados abaixo:
CASO 1 (Novembro/2012):
O menino Luiz Miguel da Silva, 4 anos, quase perdeu a perna e ainda corre risco
de perder dois dedos do pé depois de ter recebido uma injeção de antibiótico
para dor de garganta no mês passado na UPA ( Unidade de Pronto Atendimento) de
São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Segundo a família da criança, o
medicamento foi aplicado de forma errada.
A mãe do garoto, conta que havia levado o filho
pela segunda vez à UPA porque a criança tinha dor de garganta e os remédios
receitados antes não tinham resolvido o problema. Os médicos decidiram, então,
dar o antibiótico. "Ele tomou a injeção na
parte direita do bumbum. A partir disso, começou
a passar mal, sentia dor na barriga e na perna e, depois de um tempo, quase não
conseguia ficar em pé", relata.
"Chegaram a dizer que meu filho estava
fazendo manha”, lembra a mãe, que já observava sinais estranhos, como a mudança
de cor, na perna do garoto.
A criança ficou em observação na unidade e,
depois, foi liberado. “Me disseram que não podiam fazer nada, e que era melhor
eu procurar uma emergência. A essa altura a batata da perna do meu filho já
estava quase roxa e um pouco gelada", conta a mãe, que decidiu levar o
menino para o hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna), em Duque de Caxias.
Ao chegar no hospital, a mãe recebeu a
informação que seu filho não tinha nada muito grave e que ela deveria aguardar
o cirurgião vascular. “Chegaram a dizer que o caso do meu filho não era
emergência, mas quando a cirurgiã vascular chegou, disse que teria que operá-lo
assim que o viu, caso contrário ele poderia até perder a perna", afirma. A
médica disse à mãe que o sangue não estava circulando em parte da perna da
criança.
A mãe enfatiza que o caso de seu filho não foi
de reação alérgica, ao contrário do que lhe foi dito, mas uma lesão vascular
decorrente da aplicação incorreta do antibiótico na UPA. “Aqui no hospital de
Saracuruna me disseram que lá na UPA atingiram uma artéria ou veia do meu
filho", diz. O medicamento usado em Luiz Miguel só pode ser aplicado
dentro do músculo.
O menino ficou 25 dias no Centro de Terapia Intensiva.
"Durante a cirurgia que fizeram nele, foi retirada pele necrosada, que
estava com mal cheiro, para que o sangue pudesse circular. Um milagre ele ter
sobrevivido”, conclui a mãe.
Risco de amputação
A criança terá que passar por duas novas
cirurgias. “Ele vai precisar de enxerto na batata da perna, na nádega direita e
na coxa porque perdeu tecido muscular na operação", afirma a mãe. O outro
procedimento será feito para verificar a mobilidade dos dedos - dois deles
estariam necrosados. "Espero que não sejam amputados. Já escutei neste
hospital que uma perna e dois dedinhos não são nada, mas como eu vou explicar
isso para meu filho, que tem só 4 anos?"
CASO 2 (Outubro/2012):
Palmerina Pires Ribeiro, 80, morreu em uma unidade de saúde de São João de
Meriti, na Baixada Fluminense, após receber café com leite na veia, segundo
familiares. De acordo com a família, uma estagiária do Posto de Atendimento
Médico (PAM) da cidade aplicou o alimento na sonda que levava medicamento para
a veia da paciente.
A estagiária Rejane Telles, 23, afirmou, em
entrevista ao "Fantástico", da TV Globo, que "qualquer um se
confunde". "Me passou pela cabeça chamar [a supervisora]. Sendo que a
outra menina que estava do meu lado, falou que sabia e que ia me ensinar. Ela
pegou, falou para mim e para outra estagiária que estava do meu lado para ir
fazendo os procedimentos. Mas não deu explicação nem de que e nem como.
Continuou sentada no posto de enfermagem, brincando no celular", disse
Rejane, na entrevista.
CASO 3 (Outubro/2011):
Enfermeira ministrou nitrato de prata concentrada a 50% nos olhos de um menino
recém-nascido, no Hospital do Servidor Municipal, em São Paulo. O procedimento
é rotina em recém-nascidos, para evitar infecção por sífilis gonocócica, mas a
concentração correta de nitrato de prata é de apenas 1%. Nitrato de prata a 50%
é receitado para queimar verrugas. Os técnicos em farmácia que forneceram o
medicamento também estão sendo investigados.
Um médico do setor de obstetrícia constatou que
havia algo de errado com o recém-nascido, que estava com os olhos muito
escuros. Em seguida, ele foi transferido
para o Hospital São Paulo, onde passou por
cirurgia. De acordo com a assessoria do hospital, o estado de saúde do bebê é
bom e não há previsão de alta. A criança recebe curativos constantemente nos
olhos, ele corre o risco de ficar cego.
“O erro principal é que a enfermeira não checou
a aplicação do remédio. É uma regra básica da enfermagem isso: verificar qual o
remédio, a via correta pela qual ele é ministrado, a quantidade correta. Ela
fez o pedido de nitrato de prata, mas os técnicos de farmácia não indagaram
qual a concentração do remédio. Os três cometeram erros grosseiros”.
A enfermeira confirmou que realizou todo o
procedimento, mas tentou em seu depoimento argumentar que foi induzida a erro
por uma médica e uma auxiliar de enfermagem. A médica, segundo ela, a impediu
de retirar o excesso de nitrato de prata do olho da criança. E a auxiliar de
enfermagem foi quem deixou o remédio do lado de fora da geladeira, obrigando
assim a enfermeira a fazer a requisição do produto, de acordo com a enfermeira.
Devido ao excesso, o nitrato de prata escorreu e provocou lesões no rosto, no
braço e no tórax da criança.
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