domingo, 21 de abril de 2013

ANA NERI (16/01/2013)


Nesta aula assistimos a um filme mostrando um pouco da história de ANA NERI. Ana Neri nasceu em 13 de dezembro de 1814, na então Vila de Cachoeira de Paraguassu, Bahia, seu nome completo era Ana Justina Ferreira Néri, ela casou com um capitão-de-fragata Isidoro aos 23 anos de idade e teve três filhos, ficando viúva ainda jovem aos 29 anos. Em 1865, o Brasil entrou na Tríplice Aliança, começou a Guerra do Paraguai e os filhos de Ana foram convocados. Sensibilizada com a dor da separação, no dia 08 de agosto ela escreveu ao presidente da província oferecendo-se para cuidar dos feridos de guerra. Como voluntária ao exército, até porque queria saber notícias dos filhos. Ela também era uma pessoa forte, determinada, persistente e vivia para cuidar dos enfermos. Chegando lá no hospital de campana do exército, se deparou também com o preconceito de ser mulher e estar ali para cuidar dos feridos de guerra. O diretor do hospital não achava que ela deveria cuidar dos doentes e sim ajudá-lo a organizar as fichas dos doentes. Mas ela, com muita perspicácia, pediu para ele a deixar visitar os enfermos,  quando a mesma se deparou com muitos feridos inclusive uma criança que era do exército inimigo com a perna quase gangrenada gritando de dor, também viu um homem, que era irmão do diretor do hospital, precisando de uma cirurgia há vários dias, que lhe disse que seu irmão não tinha coração. Ela voltou até o diretor e contou o que viu, ele não gostou e pediu para que a mesma não fizesse nada diante do que viu,e como castigo colocou ela para lavar todas as roupas sujas das enfermarias, e ela o perguntou se podia colocar algumas noções de higiene e ele disse que sim.E ela começou a lavar todas as roupas sujas e reuniu os enfermos que estavam melhores e deu tarefas a cada um ,dividindo por grupos.Se tivesse algum barbeiro iam cortar os cabelos dos outros, e  passar cal nas cabeças para evitar piolhos, outros iam dar banhos e outros varrer o chão e limpar, também abriu a lona do teto para que entrasse luz nas enfermarias.E assim foram melhorando os enfermos. Ela também fez uma cirurgia que era para o médico fazer, infringindo o código de ética e amputou a perna do garoto que estava gangrenada, alegando que era para salvar uma vida. Percebemos que naquela época já se utilizava o fogo para esterilizar os instrumentos que iam ser usados em determinados procedimentos. Também, para diminuir a dor, ela fez uma mistura com álcool, açúcar  iodo e fez ele beber um pouco antes de amputar a perna do garoto.Também foi orientada a não ir no isolamento, sabendo que aquele lugar era para doentes perigosos. Mas uma certa noite ela levantou e foi até lá, conseguiu entrar e viu quatro homens mortos e um amarrado pelos punhos pendurados até a morte pois era o capitão do exército inimigo, ela libertou o tal homem e ele fugiu. Pela manhã já se sabia do ocorrido e as suspeitas caíram em cima de Ana Nery, quando a mesma foi interrogada disse a verdade e quase ia ser julgada na corte marcial. Em seguida, o mesmo homem que ela libertou atacou o hospital de campana e a maioria foi atingida e morta, o capitão quando a viu debruçada sobre os feridos quis ajudá-la e foi morto,quando ela viu o que aconteceu se debruçou sobre ele,e ouviu uma voz dizendo que aquele homem era do exército contrário e ela falou mas é um ser humano.E levantou-se em seguida e foi novamente cuidar dos feridos. Quando acabaram os conflitos Ana Nery partiu para o Rio Grande do Sul, onde aprendeu nocões de Enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Apesar da falta de condições, como de higiene  e de materiais e excesso de doentes, Ana Nery chamou a atenção por seu trabalho  como enfermeira por várias regiões onde passou. Com recursos próprios,herdados da família Ana Nery montou uma enfermaria modelo em Assunción,capital paraguaia situada no exército brasileiro.No final da guerra , em 1870, Ana voltou ao Brasil com seis meninas órfãs brasileiras. Foi homenageada por D.Pedro II, por decreto, lhe concedeu uma medalha e uma pensão vitálicia. Ana Nery faleceu no Rio de Janeiro em 20 de maio de 1880. Carlos Chagas batizou com o nome Ana Nery a primeira escola oficial da marinha de enfermagem de alto padrão em 1926.
Ana Neri (Cachoeira, 13 de dezembro de 1814 — Rio de Janeiro, 20 de maio de 1880)


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