Aprendemos nessa
aula a importância de compreender o contexto histórico para as relações entre
as políticas adotadas pelo governo e entre os trabalhadores da saúde. A
manutenção da saúde no passado estava relacionada com práticas religiosas e
místicas, e o papel da mulher inicialmente como mãe foi fundamental no ato de
cuidar.
Em
um período adâmico, o cuidar estava relacionado ao instinto, pois o cuidar era
voltado basicamente para a busca da sobrevivência. Quando aconteciam situações
que o ser humano não sabia explicar começou a introduzir explicações místicas,
que fizeram surgir práticas mágico-sacerdotais baseadas em mitos, lendas e
deuses; estes últimos eram os únicos que poderiam curar ou recomendar cuidados
para a recuperação da saúde. Os sacerdotes se comunicavam com eles, e de acordo
com a sociedade que faziam parte haviam uma cultura diferente. No Egito haviam
curandeiros diferenciados para os pobre e ricos, porem ambs tinham habilidades
e conhecimentos. Na Grécia a religião estava bastante relacionada com o Estado.
Inicialmente em Roma não eram bem vistos aqueles que cuidavam da saúde
(geralmente escravos gregos), porém com o tempo essa concepção foi
transformada, e estes foram aceitos pela sociedade e acumularam riquezas.
Os sacerdotes eram os interpretes
dos deuses, e nos templos ocorriam os cuidados em saúde e os cuidados estavam
relacionados à inserção social do indivíduo. Com o progresso da filosofia e da
ciência começou a mudar a visão do homem, que passou a abandonar as explicações
sobrenaturais para os fatos, e a prática da saúde irá se basear na experiência,
observação, raciocínio e conhecimento da natureza, período conhecido como
hipocrático, onde a observação cuidadosa do doente era a base do diagnostico e
da terapêutica.
No fim da idade
média e inicio da moderna a atenção médica dirige-se para o corpo e a
enfermagem fica responsável por levar a disciplina ao ambiente hospitalar,
inspirado na organização militar. Com o inicio da Revolução Industrial e as
condições de vida ficaram precárias surgindo várias epidemias. A partir daí
deu-se inicio a Enfermagem moderna, relacionada com organização e introdução de
conceitos científicos na prática do cuidar.
Antes da
colonização portuguesa no Brasil os habitantes do Brasil se encontravam no
final do paleolítico e inicio do neolítico, e semelhante aos povos primitivos
tinham uma concepção mágico religiosa das doenças. O Pajé era o curandeiro, e
fazia uso de várias ervas nos rituais de cura.
Quando os
portugueses chegaram no Brasil em 1500 e impuseram a catequização dos
indígenas, tentaram suprimir a figura do pajé. Os padres jesuítas além de
catequisar eram responsáveis por dar assistencia aos enfermos e eram ajudados
por auxiliares (espécie de enfermeiro). Posteriormente o escravo era o
auxiliar, e contribuiram para a produção de chás e emplastros.
O médico tinham
que ser licenciados, possuindo diplomas em Salamanca e Coimbra e a terapeutica
era baseada no aconselhamento quanto ao estilo de vida, alimentação e repouso e
no controle das emoções. Diagnosticavam e prescreviam tratamentos como a
sangria, porém os médicos não faziam trabalhos manuais que eram considerados inferiores.
Em 1543 foi criada
a Santa Casa de Todos os Santos de Brás Cubas e a Santa Casa de Santos. A
assisntencia hospitalar feita por essas instituições eram feitas por caridade,
abrigavam doentes, cuidavam, mas pouco se podia fazer no tratamento curativo.
Até 1782 a organização de assisntencia a saúde era rudimentar, a população
pobre preferia se tratar com curandeiros, e a rica se tratava com médicos
privados ou iam para a Europa. As Santas Casas ficaram um pouco de lado, pois
não havia higiene e os pacientes era colocados na enfermaria independente da
enfermidade que tinham. A capacidade de contaminação era altíssima, e portanto
morte na certa.
Em 1782 a Rainha
D. Maria I cria a junta proto-medicato
que controlava o exercício profissional da medicina da profissão farmacêutica,
e a partir daí houve o inicio da institucionalização da medicina.
Com a chegada da
corte portuguesa ao Brasil em 1808 houveram mudanças na administração pública,
e melhorias na saúde. Porém haviam ainda milhares de problemas nesse campo a
serem combatidos.
Em 1832 surgiu um
projeto da sociedade de medicina do Rio de Janeiro para a abertura de
faculdades de medicina. Exerciam também ações fiscalizadoras chamadas de
Polícias Sanitárias ou Médicas, que fiscalizavam a medicina e curandeirismo,
tratando a saúde e a vida dos cidadãos como algo intervencionado pelo Estado.
Em 1850 houve a
segunda epidemia de febre amarela e foi criada a Junta Central de Saúde
Pública, neste mesmo ano houve o fim do trafico negreiro, que fez com que os
imigrantes europeus viessem trabalhar nas lavouras de café. Nesse mesmo período
chega ao Brasil o conceito de medicina tropical, que estudava doenças como a
febre amarela, necessária de ser estudada pois estava afetando as relações
comerciais brasileiras.
Terminou o período
colonial e o Brasil era considerado um dos países mais insalubres, pois não
conseguiram solucionar os problemas de saúde coletiva, e era evitado pelos
navegantes. Apesar disso, Dom Pedro II foi lembrado como aquele que investiu em
pesquisas cientificas e que foi elogiado pela imprensa estrangeira por ter
doado grande quantia à França para pesquisas sobre os males tropicais.
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