domingo, 21 de abril de 2013

UM NOVO PRÉDIO PARA UMA NOVA ESCOLA (06/02/2013)


          A primeira escola de enfermagem Alfredo Pinto, permaneceu sem sede própria durante 75 anos e ocupava vários espaços que lhe eram oferecidos: desde o Hospital Nacional de Alienados, o ambulatório Gustavo Riedel, no Engenho de Dentro, a Casa de Juliano Moreira, na avenida Pasteur, hoje Reitoria da Universidade do Rio de Janeiro- UNIRIO e áreas adjacentes.
Em 1961 aos 16 de março, a professora cujo nome era Clélea de Pontes ,  cheia de determinação, espírito de luta, dedicação  assumiu a direção da escola e começou a integrar a filosofia universitária da época. Neste mesmo ano foi sancionada a lei 4.024, que dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação. Cléleia de Pontes tinha uma preocupação constante em situar o curso em alto nível como podemos comprovar. Em 1962 começou a haver exigência da conclusão do curso secundário aqueles candidatos que optavam para realizar Concurso de Habilitação ao Curso de Enfermagem.
          No ano de 1963, aos 7 de fevereiro o Parecer 245, do Conselho Federal de Educação, aprova o Regulamento da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, adaptado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Com estas conquistas conseguidas pela nova diretora, aquelas velhas rixas e detratores começaram a mobilizar forças para fechar a escola, baseados no Decreto Lei 4.725/42. Nesta mesma década foi instituído o Sistema Nacional de Saúde, em 1964 e seguia o modelo autoritário-burocrático, implantado em todo país pelo regime militar, sem a participação dos profissionais do setor, da sociedade em geral e era de caráter privatizante. No mesmo tempo que começou a ensejar o assalariamento em massa dos profissionais de saúde, agravou os problemas do setor. Quanto a educação também houve várias mudanças , desde o ensino de 1º e 2º grau, até a Reforma Universitária, e ainda na política e economia da nação. "Este contexto impulsionou a formulação de políticas de saúde voltadas, crescentemente, para privilegiar a medicina curativa, hospitalar e privada. Ocorrem movimentos para reestruturar a previdência social no sentido de fundir os IAPs com o Serviço de Assistência Médica de Urgência- SAMDU, em um único instituto".
          Essa unificação visava constituir um sistema único de direitos, de custeio e de prestação de serviços e benefícios. Mas, devido a situação financeira dos institutos não foi viável esta unificação ficando o sistema anterior. Cabe salientar que parte do movimento sindical era contra esta unificação dos institutos, por entender que esta medida ia baixar a qualidade dos serviços e tornar a Previdência Social uma instituição muito grande. Esta unificação só foi concretizada em 1966, quando todos os institutos dos trabalhadores foram reunidos, formando, então, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Neste período de tantas mudanças e conquistas a professora Cléleia de Pontes conseguiu transferir a escola do velho casarão para um prédio com arquitetura moderna. Em 25 de Abril de 1966, foi inaugurado o atual prédio da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP) com a presença do então presidente Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, conforme consta uma placa afixada na entrada principal do prédio, situado à rua Dr.Xavier Sigaud, nº 290, na Praia Vermelha. Alguns órgãos governamentais deram sua contribuição para aquisição deste prédio, na época o Ministro da Saúde o Dr.Raimundo de Brito e Diretor do Departamento Nacional de Saúde o professor Achilles Scorzelli Junior que também estavam presentes à inauguração do prédio. Esta conquista do prédio deu grande impulso, e começou a atrair maior numero de jovens para o curso de Enfermagem.
         Em 1967, pelo Decreto-Lei de 27 de fevereiro a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto deixa de pertencer ao Serviço Nacional de Doenças Mentais, ficando ligada, diretamente ao Ministério da Saúde.
Este decreto nos mostra mais uma conquista da professora Cléleia de Pontes que, junto aos órgãos governamentais, empenhou-se e conseguiu a promulgação do mesmo, regularizando definitivamente a escola. Nesta mesma década ocorreu a Reforma Universitária, precisamente pela Lei 5.540, de 28 de novembro de 1969, que reafirmou os princípios adotados na legislação anterior e a estrutura já implantada. Quanto a organização a lei exige que o ensino superior passe a ser ministrado em universidades, e só em estabelecimentos isolados. Já quanto a administração, além do reitor, que responde pelo executivo na universidade, a administração passa a ser exercida por um órgão central de Coordenação do Ensino e da Pesquisa e por um Conselho de Curadores quando é autarquia, composto de membros da universidade, representantes do Ministério de Educação e Cultura e membros da comunidade.
Em todos os órgãos da direção superior das unidades e da universidade, haverá sempre representação legal de todas as categorias docentes e discentes. A universidade deve promover cursos de Graduação, Pós-Graduação, Extensão, Aperfeiçoamento e Especialização, além dessa estrutura a legislação tratou, ainda, da unificação do vestibular, por universidade e por região. Em 20 de agosto de 1969, a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto passa a ser uma das unidades integradas da Federação de Escolas Federais Isoladas do Estado da Guanabara(FEFIEG), depois Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro(FEFIERJ) tendo a finalidade de reunir e integrar estabelecimentos isolados, do Sistema Federal de Ensino Superior, sob a forma jurídica de fundação.
          A professora Cléleia de Pontes criou e implantou o currículo experimental do curso de Auxiliar de Enfermagem da EEAP, autorizado pelo Decreto 64.519, de 15 de maio de 1969. Ela veio a falecer em 22 de dezembro de 1969, vítima de um acidente automobilístico, assumindo a direção da escola a professora Anna Grijó. Ela dirigiu a escola apenas por dois anos, mais manteve os padrões de ensino em função do desenvolvimento norteados anteriormente.

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